"A Igreja d'Ajuda"
Construída pelos jesuítas Francisco Pires e Vicente Rodrigues, em algum momento entre 1550 e 1551 (PIRES, 1551), a Igreja de N. S. d’Ajuda é um dos templos marianos mais antigos do Brasil.
Inicialmente, era uma pequena ermida, que dava suporte às missões jesuíticas na antiga capitania de Porto Seguro. A partir dela, os padres da Companhia de Jesus atendiam espiritualmente os moradores das vilas que existiam próximas à igreja, como Santo Amaro e São Tiago do Alto, além das aldeias indígenas nas quais atuavam.

Até 1772, a igreja era apenas uma pequena ermida, até que, naquele ano, foi reformada pelo ouvidor da comarca de Porto Seguro, José Xavier Machado Monteiro, e ganhou as proporções que possui atualmente.
Cinco anos após a reforma, foi criada a Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda, responsável pela manutenção da igreja e pela organização dos festejos em homenagem à padroeira. A organização dos festejos era particularmente importante, pois a Igreja d’Ajuda é um centro de peregrinação religiosa desde a segunda metade do século XVI.

As lendas da água milagrosa, cuja a fonte teria irrompido no momento de sua construção, alimentaram a fama de que a santa era milagrosa. As romarias em direção à igreja já eram registradas na primeira metade do século XVIII, organizadas por pessoas que vinham de locais na própria região de vilas do nordeste de Minas Gerais.

Na segunda metade do século XX, as romarias se tornaram um fenômeno nacional. Até a primeira metade do século XX, a capela era anexa à igreja matriz de N. S. da Pena, que fica no centro histórico de Porto Seguro.

Ao contrário do que se costuma imaginar localmente, a construção da igreja, nos primórdios da colonização portuguesa, não implicou no surgimento do povoado do Arraial d’Ajuda. Pelo menos 300 anos separam a construção da ermida do surgimento da povoação.
O núcleo urbano no entorno da igreja surgiu em algum momento da segunda metade do século XIX. Apesar disso, um está intimamente ligado ao outro, pois a religiosidade em torno da Senhora da Ajuda foi e ainda é um dos elementos centrais na vida da comunidade arraiana.


Referências CARTA do Pe. Antônio Pires, Pernambuco, 2 de agosto de 1551. In: CARTAS JESUÍTICAS II. Cartas Avulsas (1550-1568). Rio de Janeiro: Oficina Industrial Gráfica, 1931, p. 75-86, p. 81.