"A Fonte de Nossa Senhora d'Ajuda"
Um dos maiores elementos ligados à religiosidade local é a Fonte de Nossa Senhora d’Ajuda.
Segundo a tradição religiosa, foi no momento de construção da Igreja d’Ajuda que a Fonte teria surgido. Os primeiros relatos sobre ela datam do início da década de 1550 e feitos pelos missionários jesuítas, responsáveis pela construção da Igreja.
Uma das menções mais antigas à Fonte foi feita pelo padre Antônio Pires, em carta escrita no dia 2 de agosto de 1551.
Conforme relatou: “Diz-se por toda a costa que uma fonte, que se abriu depois da fundação da ermida, dá saúde aos enfermos”. Em 1555, Ambrósio Pires, também ele um missionário jesuíta, afrimou que a Fonte surgiu devido à devoção do padre Manoel de Nóbrega, que desejava água para a construção da Igreja.
Antônio Franco, outro jesuíta, mas que escreveu mais um século após a construção da Igreja, apresentou uma versão parecida, mas com um elemento a mais: um conflito entre os missionário e um colono português. Segundo relatou:
“(…) quero dizer aqui uma grande mercê de Deus, que na residência de Porto Seguro se alcançou do céu, em que teve boa parte a fé do padre Nobrega. Assistindo o nosso padre Francisco Pires com outros nossos em Porto Seguro, fabricavam em um monte uma capela de Nossa Senhora da Ajuda. Ficava-lhe mui longe a água assim para obra como para beber. Era preciso irem por ela ao baixo do vale pelas terras de um morador, que nisso tinha paixão, dizendo que devastavam suas fazendas. Formava por esta causa queixas contra a obra e contra os nossos. Afligiam-se os servos de Deus com o seu trabalho e com o desassossego do homem. Rogaram à Senhora lhes acudisse. Achava-se ali o Padre Nobrega. Animou-os, dizendo-lhe tivessem fé e se foi dizer missa na capela, que ainda estava por acabar. Cousa mui rara! no meio do sacrifício ouvem soar um borbulham d’água debaixo do altar e d’ali por baixo da terra foi sair junto a uma arvore perto da ermida (…)”.
As informações sobre seu surgimento não eram muito precisas e, por isso, muitas vesões sobre o evento se originaram, ao longo do tempo, embora certos elementos sejam comuns entre elas.
Os jesuítas sempre estão relacionados à Fonte, suas águas são sempre considerada milagrosa e ela mesma teria surgido a partir de um milagre.
Por séculos, as águas supostamente milagrosas da Fonte foram um elemento central da devoção em torno da Senhra d’Ajuda e, ainda hoje, muitos romeiros que visitam anualmente o Arraial d’Ajuda, banhar-se, bebem sua água e levam consigo um pouco para seus locais de origem.
Durante muito tempo a Fonte d’Ajuda foi o principal manancial que abasteceu os moradores do Arraial, o que ressalta a sua importância para além das questões religiosas. Entre 1929 e 1930, os integrantes da Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda construíram a estrutura que abriga a Fonte. A edificação passou por várias reformas ao longo do tempo e permanece como um dos grandes símbolos do Arraial d’Ajuda.
Referências CARTA. Antômio Pires. Pernambuco, 2 de agosto de 1551. In: LEITE, Serafim S. I. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil. Tomo II (1553-1558). São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954, p. 75-84. CARTA. Ambrósio Pires. Salvador, 12 de junho, de 1555. In: LEITE, Serafim S. I. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil. Tomo II (1553-1558). São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954, p. 254-258. FRANCO, Francisco. De como foi causa de grandes aumentos da cristandade: como por suas orações houve o Governador grandes vitórias. Casa de uma fonte milagrosa. E outras cousas de grande serviço de Deus por meio deste seu servo. In: NÓBREGA, Manoel de. Cartas do Brasil. (1549-1560). Rio de Janeiro: Oficina Industrial Gráfica, 1931, p. 40-45.
Um dos maiores elementos ligados à religiosidade local é a Fonte de Nossa Senhora d’Ajuda.
Segundo a tradição religiosa, foi no momento de construção da Igreja d’Ajuda que a Fonte teria surgido. Os primeiros relatos sobre ela datam do início da década de 1550 e feitos pelos missionários jesuítas, responsáveis pela construção da Igreja.
Uma das menções mais antigas à Fonte foi feita pelo padre Antônio Pires, em carta escrita no dia 2 de agosto de 1551.
Conforme relatou: “Diz-se por toda a costa que uma fonte, que se abriu depois da fundação da ermida, dá saúde aos enfermos”. Em 1555, Ambrósio Pires, também ele um missionário jesuíta, afrimou que a Fonte surgiu devido à devoção do padre Manoel de Nóbrega, que desejava água para a construção da Igreja.
Antônio Franco, outro jesuíta, mas que escreveu mais um século após a construção da Igreja, apresentou uma versão parecida, mas com um elemento a mais: um conflito entre os missionário e um colono português. Segundo relatou:
“(…) quero dizer aqui uma grande mercê de Deus, que na residência de Porto Seguro se alcançou do céu, em que teve boa parte a fé do padre Nobrega. Assistindo o nosso padre Francisco Pires com outros nossos em Porto Seguro, fabricavam em um monte uma capela de Nossa Senhora da Ajuda. Ficava-lhe mui longe a água assim para obra como para beber. Era preciso irem por ela ao baixo do vale pelas terras de um morador, que nisso tinha paixão, dizendo que devastavam suas fazendas. Formava por esta causa queixas contra a obra e contra os nossos. Afligiam-se os servos de Deus com o seu trabalho e com o desassossego do homem. Rogaram à Senhora lhes acudisse. Achava-se ali o Padre Nobrega. Animou-os, dizendo-lhe tivessem fé e se foi dizer missa na capela, que ainda estava por acabar. Cousa mui rara! no meio do sacrifício ouvem soar um borbulham d’água debaixo do altar e d’ali por baixo da terra foi sair junto a uma arvore perto da ermida (…)”.
As informações sobre seu surgimento não eram muito precisas e, por isso, muitas vesões sobre o evento se originaram, ao longo do tempo, embora certos elementos sejam comuns entre elas.
Os jesuítas sempre estão relacionados à Fonte, suas águas são sempre considerada milagrosa e ela mesma teria surgido a partir de um milagre.
Por séculos, as águas supostamente milagrosas da Fonte foram um elemento central da devoção em torno da Senhra d’Ajuda e, ainda hoje, muitos romeiros que visitam anualmente o Arraial d’Ajuda, banhar-se, bebem sua água e levam consigo um pouco para seus locais de origem.
Durante muito tempo a Fonte d’Ajuda foi o principal manancial que abasteceu os moradores do Arraial, o que ressalta a sua importância para além das questões religiosas. Entre 1929 e 1930, os integrantes da Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda construíram a estrutura que abriga a Fonte. A edificação passou por várias reformas ao longo do tempo e permanece como um dos grandes símbolos do Arraial d’Ajuda.
Referências CARTA. Antômio Pires. Pernambuco, 2 de agosto de 1551. In: LEITE, Serafim S. I. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil. Tomo II (1553-1558). São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954, p. 75-84. CARTA. Ambrósio Pires. Salvador, 12 de junho, de 1555. In: LEITE, Serafim S. I. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil. Tomo II (1553-1558). São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954, p. 254-258. FRANCO, Francisco. De como foi causa de grandes aumentos da cristandade: como por suas orações houve o Governador grandes vitórias. Casa de uma fonte milagrosa. E outras cousas de grande serviço de Deus por meio deste seu servo. In: NÓBREGA, Manoel de. Cartas do Brasil. (1549-1560). Rio de Janeiro: Oficina Industrial Gráfica, 1931, p. 40-45.