"A Casa dos Romeiros"
Uma das grandes marcas do Arraial d’Ajuda é a festa em homenagem à Senhora d’Ajuda, que ocorre anualmente, no dia 15 agosto.
A festividade, um dos maiores fenômenos religiosos do Nordeste do Brasil, atrai todos os anos milhares de pessoas ao povoado.
Tem sido assim, conforme os relatos de religiosos e cronistas do período colonial português na América, desde o século XVI.

Inicialmente, as romarias eram organizadas por pessoas das povoações próximas à vila de Porto Seguro. Após 1764, a expansão urbana promovida pelos primeiros ouvidores da comarca de Porto Seguro levou à criação de novas vilas na região. Isso impactou diretamente na organização e execução das festividades em homenagem à Senhora d’Ajuda.

Foi nesse período que se criou a Irmandade de N. S. da Ajuda, cujos compromissos foram publicados em 1778, que dentre suas funções organizava as festividades em homenagem à Santa.

Ao mesmo tempo, a construção de novas povoações, a maioria delas muito distantes da Igreja d’Ajuda, transformaram a festividade em um fenômeno regional e tornaram necessária a criação de infraestruturas para dar suporte aos devotos.

Dentro desse contexto foi construída uma casa para hospedar os romeiros que anualmente visitavam a Igreja d’Ajuda. Embora não se saiba quando foi construída, a primeira menção a ela foi feita em 1805, em um relatório produzido pelo capitão João da Silva Santos.
Conforme o relatório, próximo à igreja, \“ao lado do Sul, tem uma boa casa de Romeiros\”. Ao longo dos séculos XIX e XX, com a criação do povoado do Arraial d’Ajuda, o suporte aos romeiros foi ampliado, tendo em vista que a partir de então havia pessoa residindo permanentemente no entorno da igreja.

O suporte aos romeiros foi fundamental para a manutenção e ampliação das romarias em direção à Igreja d’Ajuda e isso possibilitou que a festa em homenagem à Santa ganhasse proporções cada vez maiores ao longo dos séculos.

Referências OFÍCIO do governador Francisco da cunha Menezes para o visconde de Anadia, em que participa ter encarregado o capitão-mor da capitania de porto seguro, João da Silva Santos, de explorar as barras e rios da sua capitania e de lhe enviar o relatório das suas observações. Bahia, 15 de março de 1805. Arquivo Histórico Ultramarino-Baía, cx. 136, n° 27.108-27.114.

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