"A PRIMEIRA ESCOLA CONHECIDA E A PROFESSORA MAIS LEMBRADA"
Pouco se sabe sobre a história da educação escolar no Arraial d’Ajuda, mas uma das mais antigas informações a esse respeito datam do início do século XX.
No dia 3 de fevereiro de 1912, o jornal Correio de Porto Seguro noticiou a chegada de uma professora chamada Honorina Bartho Pereira, “nomeada para reger a cadeira mista do Arraial d’Ajuda”.
Ainda não se sabe onde era a primeira escola do povoado. Alguns moradores mais velhos da comunidade dizem que a escola funcionava em casas alugadas e até apontam uma ou outra casa. Mas as informações são muito imprecisas.
A expressão “cadeira mista” indica que a escola na qual a professora atuaria atendia meninos e meninas na mesma sala de aula.
Contudo, uma pesquisa realizada por Flávia Soares Prudêncio que, na década de 1940, a escola funcionava em uma das casas pertencentes ao Santuário N. S. d’Ajuda. O nome da escola era “Antônio Ricaldi”, uma homenagem a um antigo deputado da região.
Uma das antigas professoras mais lembradas na história do Arraial d’Ajuda é Noemí Pontes, que viera de Salvador na década de 1940 e atuou no povoado durante cerca de 30 anos. Noemí morava na escola onde ministrava aulas.
O ensino era multisseriado, a professora atendia alunos de séries diferentes em um mesmo espaço, prática comum quando havia problemas relacionados a espaço e com aproximadamente 50 alunos. As aulas eram realizadas em dois turnos, envolvendo todas as crianças do povoado. A escola funcionava todos os dias, menos no domingo.
Noemí Pontes faleceu no dia 15 de março de 1984, em Salvador, mas algumas das pessoas que foram suas alunas ainda se recordam da professora, da rotina escolar e dos conteúdos que aprendeiam. Conforme relataram, os alunos eram iniciados no ensino a partir do estudo do alfabeto português e logo passava para a cartilha (ensino de gramática). Nas outras séries faziam o ditado, redação, cópias (chamado translado) e as quatro operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão). Havia também o ensino de conteúdos religiosos, como orações católicas, e cívicos, como o canto dos hinos Nacional e da Bandeira. Para as meninas também era ensinado a prática do bordado.
Durante décadas, muitos estudantes dos Arraial d’Ajuda só estudavam até a 5ª série (atual 6° ano), pois não havia os cursos de ensino Fundamental II e Médio no povoado. Aqueles cujo os pais possuíam mais recursos, completavam os seus estudos em outros locais da região ou na capital do estado, Salvador. Foi somente em em 1963 que foi implantado o curso de Ensino Fundamental II no Arraial e, em 1996, o Médio, possibilitando aos estudantes locais a conclusão de sua formação básica na própria comunidade.
Fonte: PRUDÊNCIO, Flávia Soares.
"Primeira Escola de Arraial d'Ajuda: o resgate da memória escolar
a partir de relatos orais"- 2018,
Conheça a programação de eventos da Praça
Pouco se sabe sobre a história da educação escolar no Arraial d’Ajuda, mas uma das mais antigas informações a esse respeito datam do início do século XX.
No dia 3 de fevereiro de 1912, o jornal Correio de Porto Seguro noticiou a chegada de uma professora chamada Honorina Bartho Pereira, “nomeada para reger a cadeira mista do Arraial d’Ajuda”.
Ainda não se sabe onde era a primeira escola do povoado. Alguns moradores mais velhos da comunidade dizem que a escola funcionava em casas alugadas e até apontam uma ou outra casa. Mas as informações são muito imprecisas.
A expressão “cadeira mista” indica que a escola na qual a professora atuaria atendia meninos e meninas na mesma sala de aula.
Contudo, uma pesquisa realizada por Flávia Soares Prudêncio que, na década de 1940, a escola funcionava em uma das casas pertencentes ao Santuário N. S. d’Ajuda. O nome da escola era “Antônio Ricaldi”, uma homenagem a um antigo deputado da região.
Uma das antigas professoras mais lembradas na história do Arraial d’Ajuda é Noemí Pontes, que viera de Salvador na década de 1940 e atuou no povoado durante cerca de 30 anos. Noemí morava na escola onde ministrava aulas.
O ensino era multisseriado, a professora atendia alunos de séries diferentes em um mesmo espaço, prática comum quando havia problemas relacionados a espaço e com aproximadamente 50 alunos. As aulas eram realizadas em dois turnos, envolvendo todas as crianças do povoado. A escola funcionava todos os dias, menos no domingo.
Noemí Pontes faleceu no dia 15 de março de 1984, em Salvador, mas algumas das pessoas que foram suas alunas ainda se recordam da professora, da rotina escolar e dos conteúdos que aprendeiam. Conforme relataram, os alunos eram iniciados no ensino a partir do estudo do alfabeto português e logo passava para a cartilha (ensino de gramática). Nas outras séries faziam o ditado, redação, cópias (chamado translado) e as quatro operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e divisão). Havia também o ensino de conteúdos religiosos, como orações católicas, e cívicos, como o canto dos hinos Nacional e da Bandeira. Para as meninas também era ensinado a prática do bordado.
Durante décadas, muitos estudantes dos Arraial d’Ajuda só estudavam até a 5ª série (atual 6° ano), pois não havia os cursos de ensino Fundamental II e Médio no povoado. Aqueles cujo os pais possuíam mais recursos, completavam os seus estudos em outros locais da região ou na capital do estado, Salvador. Foi somente em em 1963 que foi implantado o curso de Ensino Fundamental II no Arraial e, em 1996, o Médio, possibilitando aos estudantes locais a conclusão de sua formação básica na própria comunidade.
Fonte: PRUDÊNCIO, Flávia Soares.
"Primeira Escola de Arraial d'Ajuda: o resgate da memória escolar
a partir de relatos orais"- 2018,
Conheça a programação de eventos da Praça